O ano de 2016 foi caótico pra quase todo mundo. Foi um ano de crise econômica mundial, e pra
nós aqui no Rio de Janeiro ainda houveram alguns agravantes. Muito desemprego, desestabilização. Além disso, cada um enfrenta seus problemas
particulares. Para mim, não me lembro de
passar um ano tão difícil, desempregada, deprimida e com a saúde péssima.
Agora esperanças renovadas, não porque é ano novo, porque
eu não conto o ano novo, e sim o dia novo toda manhã ou conto como recomeço
quando tomo decisões que podem mudar minha vida. E eu tenho entendido algumas coisas sobre a
vida, e percebido a causa do meu sofrimento ao avaliar meus pensamentos em
relação a vida e as pessoas que me cercam.
Quando você passa por problemas graves você começa a
pensar em todo sofrimento desnecessário e toda futilidade que um dia você
pensou ser importante. Seja problemas de
saúde ou emocionais, eles te fazem pensar se vale a pena tanto esforço para
conseguir dinheiro, tanto sofrimento pra ficar aceitavelmente bonita para os
outros, com saltos, cabelos sempre feitos que nem te permitem sentir a chuva ou
receber um afago, a besteira que é mudar seu modo de ser pra agradar. A obrigação de sorrir e estar sempre
feliz. De usar as redes sociais pra
mostrar como sua vida é “maravilhosa”.
Quando você se sente incapacitada pensa na obrigação de ser sempre útil
e produtiva. E o trabalho que dá cuidar
de cada acúmulo desnecessário. E a preguiça de escolher a roupa num mar de
roupas e na bagunça do seu guarda-roupa, como seria bom se tudo fosse mais
neutro e se combinasse e fosse fácil escolher.
Se você não está sempre bem, e tem que escolher bem suas
tarefas, ou se não tem dinheiro e tem que escolher bem suas compras, você
aprende a ser bem mais seletivo. A ver
quais são as coisas mais importantes. Isso é maravilhoso! Permita-se refletir. Porque se tem algo que a
dor, a dificuldade financeira e a depressão não tiraram de você, foi sua
capacidade de pensar e avaliar a vida e o mundo. Não perderá mais tempo com banalidades, e
muito menos com falsidades. Mentiras pra
quê? Agradar pra quê? Dá muito trabalho manter uma máscara no rosto, mostre-se
ao mundo como você é, ainda que você não seja o protótipo ideal que a mídia nos
ensinou ser o certo.
Sinta seu sofrimento, mas não se apegue a ele. Permita-se chorar, deitar e pensar, conversar
sobre com amigos VERDADEIROS, mas de forma alguma se apegue a ele. Mesmo que seus problemas não tenham ainda
solução, deixe o sofrimento passar assim que você aprender com ele e entender
como lidar com os problemas. Sim, ele
vai voltar vez ou outra. Mas não o
convide para morar com você, saiba que ele vai chegar, mas vai partir. Use-o para se tornar mais forte e sábio, mais
resistente. Não permita apenas que seja
em vão.
E lembre-se: Se o que é bom acaba, o que é ruim
também. Quase tudo é transitório e
passageiro nessa vida.