domingo, 19 de abril de 2020

Hoje eu acordei bem

Hoje eu acordei bem... é isso.
Sem pesos desnecessários, sem mágoas, nem com os outros e nem comigo mesma.
Acordei leve.

Eu não sei o que eu fiz certo dessa vez... só sei que acordei leve. Bem leve.

Sem culpa ou julgamentos.

Existe uma coisa linda que acontece quando você consegue sentir afeto por si mesmo.  Você não se culpa e não se julga... e de forma milagrosa... você não julga mais ninguém.  Eu não sei te dizer porque ou como isso acontece. Só posso te dizer que é assim que acontece.

Quando você se perdoa, você perdoa todo mundo.  É tão bonito.

Sabe as pessoas que julgam todo o tempo? Aquelas pessoas que não conseguem viver sem julgar... e que ferem as outras o tempo todo.  São pessoas cheias de culpa e pesos. Elas exprimem quem são, não quem os outros são.  Elas estão feridas.  Talvez elas não façam nada para sair do buraco, talvez elas se satisfaçam machucando os outros e não queiram buscar a própria cura, a própria paz.  Mas eu te falo que elas não estão nada bem.

Eu deixo a partir de agora que a força do amor tome conta de tudo.  Mas não só o amor pelos outros, mas também o amor por mim. Assim a gente equilibra bem.

***
Terminar com um trecho do livro do Augusto Cury que estou lendo(O Código da Inteligência, está gratuito na Amazon):

"... São hiperaltruístas, sempre se esquecem de sim mesmos para pensar nos outros.  Uma pessoa insensível exclui os outros; uma hipersensível os superprotege.(...)uma hipersensível fere a si mesmo para não magoar os outros. (...) Uma pessoa insensível não tem sentimento de culpa quando era; uma hipersensível o tem em excesso."
"O insensível deixa todos doentes ao seu redor; o hipersensível adoece por todos."

Então busquemos a sensibilidade graciosa de sentir amorosamente a vida. Não a hipersensibilidade que nos fere.


quarta-feira, 1 de abril de 2020

Quarentena: Reflexões e sofrimento

Essa quarentena está tendo um efeito devastador em mim.  Mas eu espero que após o sofrimento venha uma vida melhor.
Agora que eu sou obrigada a ficar trancada, eu penso em como eu já vivia trancada antes.  Em casa e em mim. Tímida, introvertida, com hábitos naturais de isolamento para proteção, autocrítica demais ao ponto da paralisia.  Sempre me sentindo presa, nunca conhecendo a liberdade.
Refleti mais profundamente em todas as minhas relações.  Pude avaliar e viver coisas que me fizeram entender quem realmente algumas pessoas são.  Reflito na minha culpa em muitos problemas que eu causo a mim mesma, ou que permito que me causem.

Sou fruto da vida que tive.  E carrego marcas profundas no meu coração.  Isso afeta todo o meu modo de viver e ver a vida.

  • Eu sempre busco resolver tudo.  Ninguém pode me apresentar um problema que eu me sinto na obrigação de trazer solução para os problemas do mundo.  Chega ao ponto de eu mesma antecipar o problema futuro dos outros para buscar a solução.(Faço isso na minha vida também, mas aí já não é sempre um problema.)
  • Aconselho sem que me peçam.
  • Sofro ao ver quem eu amo fazer escolhas ruins.
  • Preciso sempre me explicar, fazer as pessoas entenderem meu modo de agir.  Mesmo pessoas que não fazem a mínima questão de saber o que eu penso ou sinto.
  • Preciso sempre interrogar o outro para saber o que ele está pensando em relação a mim ou ao que fiz, mesmo que muitas vezes a pessoa não queira falar ou resolver nada.
  • Quero saber sempre o que há no coração do outro.  E quero que saibam o que há no meu.  E nem todo mundo serve pra uma relação assim. Nisso aqui sim é necessário reciprocidade.
Quando eu preciso me defender de uma situação, quase sempre eu digo a pessoa o que ela faz e como eu me sinto.  Aviso o que vou fazer.  Tenho mania de ser um livro aberto.  Mas quem te fere geralmente sabe que te feriu e não se importa.  E se importasse a pessoa falaria com você, se aproximaria de algum modo.
Sempre fui controlada e controladora.  Nunca fui criança.  Vivendo pra fazer outros felizes, buscando solução para os outros. Sempre me senti responsável pela vida de algumas pessoas.

Quero ser gentil, sim. Tratar bem. Ajudar naquilo que está ao meu alcance. Mas preciso:

  • Cuidar da minha vida
  • Fazer as minhas escolhas
  • Não interferir na vida dos outros
  • Aconselhar e dar opinião só quando pedirem
  • Não pegar os problemas dos outros pra mim, deixar que se responsabilizem e vivam as consequências. Deixar que amadureçam.
  • Amar... mas saber viver e deixar que vivam.
  • Aceitar quem eu sou e fazer o que posso sem medo de críticas.
  • Perceber maldade mascarada de bondade. Observar quem ajunta e quem espalha. Quem fala bem e quem fala mal.
  • Trabalhar com afinco e sem medo de errar.  Os erros são ensinamentos.
  • Não ter medo de pessoas e aproximações. Viver mais abertamente e dividir meu amor e o pouco que tenho.
  • Observar e entender, sem precisar falar e debater.

Talvez certas pessoas não entendam a mudança que eu vou fazer.  Porque eu vou conseguir, estou certa disso.  Mesmo que agora eu esteja sofrendo demais pensando nas mudanças que tenho que fazer.  Eu vou aprender um jeito de seguir minha vida e viver minhas escolhas.  No futuro não poderei culpar a ninguém além de mim mesma.
É fácil deixar que outros abusem de você, te controlem e depois dizer que sua vida é péssima por causa dos outros.  Mas você é responsável pela sua vida.  E eu vou aprender isso.

Viver minha vida vai ser algo inédito nos meus 31 anos de vida.  Mas eu vou fazer isso.
E essa dor toda que eu tô sentindo, é a dor da mudança. Vai valer.