quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Walden ou A vida nos bosques - Henry David Thoreau

Acabei enfim de ler. Depois de muito tempo arrastando a leitura.

O filósofo foi morar dois anos próximo ao lago Walden. O livro é todo uma reflexão de como a sociedade é superficial e interessada em tantas coisas desnecessárias a vida. Impressionante já que foi escrito em 1854! Ah... se Henry David Thoureau soubesse que a humanidade ainda iria decair tanto e ficar tão pior, mas essas vaidades tolas e inúteis são realidades desde os tempos bíblicos.  Eu pretendia escrever muitas coisas sobre o livro, mas não vai ser desta vez.

Apenas gostaria de dizer que a leitura é boa de se fazer, e faz realmente pensar que muito pouco é o necessário. Além disso me parece que nele a gente nota como o contato com a natureza é essencial, isso eu já pensava antes, mas a leitura mostra como esse tempo quase isolado que ele passou permitiu que ele observasse a natureza, seus movimentos, sua forma de sobreviver, simplicidade, satisfação. E de fato, estar em contato com a natureza, para mim, é respeitar a própria vida.

Então é um livro ótimo, infelizmente não foi melhor porque eu não li com regularidade e demorei a terminar, isso cortou muito a linha de raciocínio e fragmentou meu pensamento a respeito do livro, por isso não poderei falar tanto quanto gostaria.

Trechos do livro:
«Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os fatos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que tinha a me ensinar, em vez de descobrir à hora da morte, que não tinha vivido.»

«Acho saudável ficar sozinho a maior parte do tempo. Ter companhia, mesmo a melhor delas, logo cansa e desgasta. Gosto de ficar só. Nunca encontrei melhor companhia do que a que a solidão me proporciona. Em geral estamos mais solitários quando saímos e convivemos com os homens do que quando ficamos em nossos aposentos.»

Trechos do artigo da Obvious(endereço no final do trecho)

"Segundo o próprio, o que o moveu a atravessar as estreitas ruas de Concord e seguir rumo ao oeste a caminho de Walden, foi pensar que comemos muito porque trabalhamos muito, é uma questão de relatividade, se trabalhássemos menos comeríamos menos, logo, necessitaríamos de menos pra viver... e viveríamos bem, pois sobraria mais tempo para as coisas que gostamos.
Nota-se que Thoreau não fazia o que fez pra aparecer, chocar, todos os que eram próximos o reconheciam como um gentil e solitário buscador da própria identidade. Desprezado, incompreendido, ofendido e até condenado (vide Desobediência Civil) tomou de acompanhante apenas a solidão, foi o exemplo vivo da doutrina de indiferença ao mundo moderno. Vivia no mundo, porém, sem compactuar ou mesmo se afetar com o mal do mundo.


© obvious: http://lounge.obviousmag.org/pseudalopex/2014/06/walden-ou-a-vida-nos-bosques.html#ixzz4K4h57Pyf "

Eu, talvez por meus hábitos de leitura compatíveis com minha ansiedade, não me prendi tanto a leitura do desenvolvimento do livro e me dispersei porque haviam dados que não eram tão claros pra mim, pois ele descreveu inclusive seus gastos em detalhes, mas claro, isso não está convertido em reais e nem associado a coisas que eu conheço. Enfim, gostei muito mais do início do livro, os primeiros capítulos e sua conclusão, são as melhores partes do livro pois você entende o motivo de ele ter feito essa jornada e aquilo que ele concluiu após dois anos. E amei o fato de ele não se manter isolado toda a vida, e ter entendido que aquilo foi uma busca por autoconhecimento, e que já não cabia continuar naquela vida, porque havia ainda muita coisa a se viver. Então ele entendeu o que era essencial, continuaria sem viver de forma superficial, mas não precisava se isolar para isso, e poderia viver outras experiências e adquirir mais vida, mais histórias, mais sabedoria.

Recomendo a leitura!
Até!
Ahhh... não acabou totalmente... pretendo fazer outros posts discorrendo sobre alguns pontos que marquei na leitura.

4 comentários:

  1. Oi Pri!
    Tenho este livro em casa, comecei a ler mas, não consegui levar adiante. Como tu, não pegava com muita frequência e acabava perdendo o fio da meada. Há anos que estou com dificuldades para ler, começo a ler e durmo na primeira página. Do começo do ano pra cá, deixei a pilha de livros que ganhei, ou emprestaram para eu ler, na minha mesinha de cabeceira e tento ler o livro da vez, o que der, antes de dormir. Tem funcionado! Consegui terminar o que estava se arrastando desde o ano passado e já comecei o seguinte da pilha. Gosto de ler, mas não estava conseguindo me organizar.
    Este que leste, achei uma leitura um pouco chata, por não ser uma história que te prenda para saber os próximos capítulos, mas, com certeza, é uma leitura muito interessante! Qualquer dia, tento ler de novo. A tua visão/opinião deixou ele mais atraente!
    Bjinho!

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    1. Esta é uma das coisas que quero mudar também. Eu tinha ótimos hábitos de leitura e fui perdendo. Sim, a leitura do livro não é tão empolgante no seu desenvolvimento, mas digo que pode ler os primeiros e o último capítulo que vai amar! rsrs

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  2. Olá minha querida!!
    Já tinha saudades de te ver por aqui:) é sempre muito bom ter notícias tuas!!
    Ler é sem dúvida um dos meus hobbies, adoro ler!! Mas não consigo ler um livro que não me cative, ora bem que fico logo entusiasmada ou então ponho para o lado!
    Não conheço este livro, obrigada por o partilhares aqui!! Adorei alguns dos trechos que partilhaste aqui!
    Beijinho enorme para ti *

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    1. Obrigada por me visitar sempre mesmo com a minha ausência você não me abandonou. O livro é cativante em algumas partes, acho que o maior problema foi não ter feito a leitura regular, isso acaba com qualquer leitura. Mas tentei terminar porque achei que valia a pena, e valeu, uma ótima mensagem!
      Depois vou partilhar outros trechos que tenho certeza que vai gostar!
      Beijinhos...
      Ahh... também estava com saudades de você!

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