sábado, 4 de junho de 2022

Devolva os problemas aos donos - resolva a sua vida

A questão que me deparo na minha vida agora é sobre o meu papel em cada lugar e em cada relacionamento.

Você sente que cumpre bem o seu papel?  Você leva suas cargas ou tem por hábito carregar o peso do mundo nas suas costas?

Percebi que a um tempo atrás sempre que eu falava das minhas dores e problemas, eu estava na verdade falando de problemas que nem eram meus!  Eram os problemas de outros que enchiam a minha mente 24h por dia.  E minha vida parada, mente aflita, sem força para buscar uma vida melhor. 
Esse texto é para você parar e pensar nos problemas que você está carregando. Fique com os seus, devolva aos donos os problemas que não são seus!

Quando você carrega o peso dos outros acontecem pelo menos duas coisas. E são elas:

1- A outra pessoa jamais aprenderá a resolver sua vida sozinha. Alguns fazem isso para se aproveitar, outros fazem por realmente se sentirem incapazes de fazer as coisas. E quando você não o permite passar pela frustração e pelo esforço de fazer suas coisas, sabe o que acontece? Você reforça esse pensamento de que ele não é capaz e precisa de você.

2- Você se sobrecarrega de problemas que não são seus, e sua vida que poderia estar melhorando, fica parada.

Ou seja: Você ajuda bem pouco, até atrapalha e ainda arruma uma desculpa pra sua vida não andar. "Ah, mas é que eu estava ocupada ajudando todas as pessoas do mundo."

Agora para ficar claro:

Significado de Ajudar

verbo transitivo direto e transitivo indiretoAuxiliar, prestando socorro; socorrer: ajudar os amigos.Facilitar, tornando algo mais fácil; dar sua contribuição a: o chá ajuda a digestão.

Então ajudar é bom! Você pode e deve prestar ajuda a quem precisa.  Mas ajudar é você dar sua mão. NÃO É CARREGAR NO COLO!!!

A vida é simples, mas os seres humanos são complexos.  Então a gente coloca mais complicações do que é necessário na vida.

Observo hoje o que eu sou.  Eu percebi que há papéis meus que eu não cumpro bem, enquanto havia outros papéis que eu assumia, mas não eram meus. Agora estou ficando atenta de para onde meus esforços devem ir, afinal, eu não tenho muita energia e nem tanto tempo assim.

Precisamos ter compromisso com a nossa vida.  Sem isso não seremos nós mesmos capazes de dar auxílio a outros.
Não estou dizendo que você deve vir em primeiro lugar sempre, pois há momentos que o outro precisa urgentemente de ajuda e você pode ser abnegado e ajudar. Só observe se o padrão se repete, e se você está ajudando essa pessoa a aprender como fazer ao invés de fazer por ela.  Dê seu tempo sim. Com sabedoria. Talvez ajudar de verdade até leve um pouco mais de tempo do que se você fizer tudo, mas a longo prazo vale a pena.

Agora para você cumprir bem o seu papel, você deve estar nele!
Não posso ser uma boa filha, se quero fazer o papel de mãe.
Não posso ser boa esposa, se quero fazer o papel de marido.
Não posso ser boa nas minhas tarefas, se as deixo de lado para fazer a dos outros.
Não posso crescer, se fico monitorando as atitudes dos outros para que eles também cresçam.
Tenho responsabilidades comigo, com meu bem-estar e saúde física, mental e espiritual. Se eu aprender a me cuidar serei boa companhia e saberei mostrar o caminho para que andemos todos juntos, lado a lado, cada um com sua função. Sendo a primeira delas aprender a estar bem, pois assim todas as outras se resolvem.

Posso ser colo e ouvido, sem ser mãos e pés todas as vezes.  Ouvir os problemas dos outros sem achar que agora que sei sou obrigada a resolvê-los.  Inclusive, conselhos nem sempre são bem-vindos. O ouvido e o colo às vezes bastam. Pois a pessoa precisa desabafar e reclamar, mas não está disposta ainda a mudar. Se você tentar puxar, ela vai puxar pro outro lado e seu esforço será em vão. Deixe ela processar, acolha, mas ajude e aconselhe se a pessoa pedir.  E não se chateie por ela não seguir.

Eu sou antes de tudo mulher.  Tenho minhas necessidades, meus sentimentos, fases... e agora estou aprendendo a respeitar isso e não ignorar os sinais do meu corpo e dos meus sentimentos.  Preciso do meu corpo estar bem para viver o melhor possível, preciso da minha saúde mental e entender que eu posso sentir, chorar, e não preciso ser forte e durona.  Não preciso fingir mais.  Fingir que aguento para os outros ficarem bem, fingir calma para que os outros possam se desesperar, fingir saber para que o outro não precise buscar. É libertador não ser a salvadora.(que não salva ninguém, ok? Entenda!)
Eu preciso investir no SER.  Ser alguém que eu mesma possa estimar, mesmo quando não houver mais ninguém por perto, porque quem tá sempre com você é só você mesmo.
E preciso usar o que sou para servir, sendo boa pessoa, cristã, amiga, esposa, filha, irmã, tia, educadora... cumprindo bem os meus papéis, minhas obrigações, assumindo meus problemas, e sendo apoio aos outros. Sempre respeitando os limites.

RESPEITE OS LIMITES.
ASSUMA SEUS PROBLEMAS E RESPONSABILIDADES.
DEVOLVA AOS OUTROS OS PROBLEMAS E RESPONSABILIDADES DELES.



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