sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Como se desfazer de recordações




Quem sou eu pra chegar aqui e dizer o que você tem que fazer.  Apenas conto aqui a minha experiência. E devo dizer que eu tenho aprendido a deixar as coisas irem. E decidi deixar ir as muitas recordações que eu tenho aqui.
São tantas cartas de tantos anos atrás, desenhos de crianças...diários com tantos desabafos.

E eu estou deixando ir. As cartas mais profundas, as confissões, as coisas boas que escrevi vão ficar. Cartas e bilhetes bobos também ficarão, mas não em papel. Baixei um programa que dá pra escanear tudo e colocar em PDF. É o "CamScanner", nele eu coloquei um arquivo como bilhetes de crianças, outro cartas, outro é de recordações minhas de coisas importantes pra mim, como certos comprovantes, etc. Depois de escaneados foram para o lixo.

Amo papel, mas me rendi as praticidades do que é digital. Os papéis mais importantes, cartas cheias de sentimentos, meus escritos íntimos, os livros preferidos. Estes ficarão. O resto...vai embora.

Era tanto planejamento das mais variadas dietas loucas que eu tinha nos cadernos.  Tantas mágoas.  Planejamento de rotinas. Planejando até carregar o meu mundo e o mundo dos outros e achando ser possível.

Foi doloroso rever certas coisas. Como eu escrevo mais desabafos de coisas que doem, quase tudo que escrevi joguei fora. Não preciso de lembranças ruins, não preciso mesmo. Ainda não terminei porque coisas assim tem que ser feitas devagar. Não podemos nos arrepender depois. É preciso ter certeza do que se quer deixar ir.

Eu apaguei até o digital. Eram milhares de e-mails, pra se eu quisesse rever aquela conversa de 10 anos atrás. Apaguei tudo. Deixei conversas recentes com amigos de verdade armazenadas. Fiz uma pasta pros e-mails que contenham arquivos para leitura, outra pra conversas com amigos e outro pro trabalho. Pronto!

Tendo a Lua

Os Paralamas do Sucesso

Eu hoje joguei tanta coisa fora

Eu vi o meu passado passar por mim

Cartas e fotografias gente que foi embora

A casa fica bem melhor assim


Devo dizer que sim... a casa fica mesmo bem melhor assim.



Tô vivendo um tempo de mudanças. Um tempo de profunda reflexão, e por vezes tenho até medo de me afogar nesses devaneios e me perder de vez, enlouquecer.  Mas na verdade as mudanças estão me trazendo mais sanidade.  Não é só mudança física. Ah, eu precisava me isolar por um tempo. Mas faço isso todas as manhãs silenciosas que acordo antes de todos e fico aqui a pensar.
Carregar menos peso na vida não é só diminuir as coisas materiais que carrega na bolsa, no guarda-roupa ou na casa. Tem a ver com o que carrega na mente. Tudo que te prende.

Estou avaliando tudo que me prende. Que me tira a liberdade.  Sentimentos, pessoas... avaliando tudo. E tenho fé que as coisas podem e vão mudar, porque eu vou mudar.



Imagens retiradas do Google, se forem suas, me avise.

2 comentários:

  1. Caramba Pri, quanta emoção!
    Pode ser doloroso, mas às vezes precisamos rever nossas coisas e assim revemos nós mesmas.
    Posso dar uma dica? Evernote!!! O camscanner manda tudo pra lá e depois vc pode fazer buscas dentro dos cadernos, as buscas do Evernote são muito poderosas. Acho ele a melhor opção para arquivo, essas coisas que a gente quer guardar e pode precisar resgatar um dia.
    Um beijo e boa jornada!

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  2. Oi Pri, como vai?
    mexer com itens emocionais é bem complicado, não é? Até hoje o único que me arrisquei a mexer foi uns marcadores de livros feitos à mão por uma amiga que se foi, foi uma decisão radical e difícil, e até rendeu um post lá no blog. Decidi não mais mexer nisso por enquanto porque estou seguindo a recomendação da Marie Kondo daquele livro "A Mágica da Arrumação", e ela fala pra deixar os itens emocionais por último na lista. Mas você foi corajosa! Parabéns por mais esse passo!

    http://anna-costa.blogspot.com.br/

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